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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Moody's: os homens do lixo...

Comecei o dia a vasculhar no trabalho dos homens do lixo (que pode ser consultado aqui).

Li tudo e, de tudo o que li, permiti-me destacar esta frase:

"The negative outlook reflects the implementation risks associated with the government's ambitious plans."


É fantástico, não é? O Governo impõe-nos uma austeridade de consequências sociais não aferíveis mas adivinháveis como estranguladoras e a agência de notação acha que os riscos dessa austeridade justificam corte e vigilância negativa! Ou seja: fazermos qualquer coisa, darmos um qualquer sinal de vida é um augúrio de que não vamos conseguir sobreviver. Não seria preferível mandarmos a austeridade às malvas e olhar estes gajos nos olhos? Eles falharam anteriormente e cultivam uma aura de infalibilidade que ninguém (de peso) tem questionado. E na verdade o que são? Uma espécie de casa de apostas instalada num país que tem menos anos de antiguidade e história do que a Casa Batalha, na Baixa. É isto que nos chama "lixo" e que dessa forma, com o nosso conformismo e placidez, emporcalha séculos de história, zomba dos esforços que nos são impostos no presente e dispõe do nosso futuro como qualquer herdeiro cabotino e néscio que contempla as propriedades que um dia serão suas com um bocejo entediado.

Vai demorar muito até aparecer quem levante a voz contra o que nos está a ser feito? E não falo das vozes suspeitas, descredibilizadas e "marcadas pela impressão digital da mão esquerda".
Vai demorar muito até que o grito do Ipiranga volte a ser ouvido quase 200 anos depois e, desta vez, aqui perto de nós..?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O homem ironicamente chamado Nobre

Fernando Nobre será, um dia, uma nota de rodapé no capítulo das bizarrias do livro que tratar dos "fait divers" da nossa política.
Mas a verdade é que poderia não ser. E aí o caso seria mais grave.
Fernando Nobre poderia um dia aparecer citado como o caso que lançou de forma irremediável o descrédito sobre as iniciativas de cidadania e a participação dos independentes na nossa vida política.

À conta do seu percurso sinuoso em que se adivinhava a cada passo a ganância (sim, porque chamar-lhe ambição seria reconhecer-lhe base), o homem que ironicamente se chama Nobre só não lançou um anátema sobre quem queira um dia trilhar de forma genuína esse percurso porque nunca foi levado a sério.
Caso contrário quem um dia pretendesse sair da "sociedade civil" para servir o seu país correria o risco de ouvir "Olha...lá vem outro como o Nobre..."

Mas não! Por vezes as Repúblicas copiam modelos que encontram nas Monarquias. As sucessões dinásticas eram um dos exemplos mais elquentes desse facto. Com Fernando Nobre são os bobos da Corte que nunca serão esquecidos. E só isso...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Arrumadores e políticos

Ontem à noite fui jantar fora. Não levei carro e quando estacionámos, por uma questão de cortesia para com quem me transportava, dirigi-me a um arrumador de carros disposto a gratificar o seu esforço para conter o impulso de riscar a pintura a quem estaciona em lugar escuro e não disponibiliza a moedinha.
O homem olhou para mim e disse qualquer coisa como "Não. Eu sou arrumador mas não aceito moedas de carros estacionados em cima do passeio".
Querem lá ver que um tipo emigra para o Estoril e quando regressa uma noite a Lisboa descobre que até os arrumadores desenvolveram um código deontológico?!!
Este episódio ocorre no mesmo dia em que o XIX Governo anunciou na A.R. a jogada do saque ao 13o mês. Jogada do saque porque tem um dos truques mais velhos e "batidos" do livro. Primeiro anuncia-se a medida em termos gerais. Depois, e perante o bruaaaahhh!, faz-se uma precisão que não é, nem mais nem menos, a exacta medida que se quis aplicar e se camuflou inicialmente.
É como ir ao médico e ouvir "não tem chances de sobrevivência" e depois quando o terror se apodera de nós perante o veredicto ouvimos "acho que não percebeu bem porque o que eu disse é que não tem chances de sobrevivência se não lhe amputar as pernas. E um número par de braços também..."
Foi isto que ontem nos foi transmitido sobre o corte no 13o mês.
Já ninguém se lembra de outras coisas que o médico nos tinha dito: "se fizer esta dieta nunca terá que amputar uma perna sequer" ou "desculpe estar a dar-lhe esta medicação mas é para evitar ter que mais tarde fazer uma amputação". Não! O alívio de ter a vida de volta faz com que se esqueça tudo.
Mas um dia a memória volta...mais não seja quando vierem dizer que ainda faltava extrair um rim.
E, legitimamente, pensaremos que o médico, afinal, é igual ao da Caixa mas que o escolhemos porque tinha melhor pinta e precisávamos de uma segunda opinião...

E porque é que no mesmo texto misturei arrumadores escrupulosos e políticos do saque? Porque, sinais dos tempos, os primeiros merecem mais confiança do que os segundos. Se não conseguem assegurar o serviço que se espera deles, não o reclamam nem aceitam pagamento.

sábado, 25 de junho de 2011

Brisas e vendavais



Na minha vida foi sempre mais o que uma brisa me acrescentou do que aquilo que um vendaval levou.

Vem esta minha conclusão a propósito de andar a cantarolar este Dance Hall Days há uns quantos anos. Eis o tipo de canção que não passa de uma brisa que se cruzou no nosso caminho mas que, ao ser lembrada, nos volta a transporta àquela vez em que a sentimos (neste caso em que a ouvimos) ou àquela outra ou ainda a uma outra de que já nem nos lembrávamos. Porque nos trouxe alguma coisa e, neste caso, foi sempre boa disposição. É certo que custa configurar a hipótese de já se ter admirado a obra de uns tipos com o ar que estes transportam mas isso coloca-se na conta-corrente do capítulo "era da época".

Mas a minha dita conclusão vem ainda a propósito de um acontecimento recente na minha vida. Nos últimos dois dias, em circunstâncias diferentes, em locais diferentes e proferidas por duas pessoas completamente diferentes ouvi uma frase. Tem qualquer coisa de "frase feita" mas se era eu desconhecia-a. "Naqueles tempos éramos tão felizes e não sabíamos". Em 24 horas ouvi esta frase duas vezes e, como sou de prestar atenção a sinais, prestei-lhe atenção.
E sinto que esta frase, que foi sinceramente proferida, pode ser a expressão genuína do que ia na Alma das duas pessoas que a usaram. E provavelmente de muito mais pessoas. E até que quem a ouça a adopte porque se identifique com uma certa nostalgia.
Mas, em bom rigor, ela é na verdade usada como factor desculpabilizante para não sermos felizes agora. Porque é mais fácil contemplar do que agir. E porque deve ser reconfortante pensar que um dia olharemos para o momento presente a partir do futuro e repitamos a frase. É uma espécie de adiamento "sine die" da gratificação que MERECEMOS neste exacto momento: aquele em que vivemos e o ÚNICO em que podemos AGIR.
Tudo o mais será recordar e, consequentemente sorrir ou lastimar...

Por isso sigo sorrindo e sabendo que a próxima brisa me acrescentará aquilo que os vendavais continuam a retirar a quem nunca a saboreou. E que reviver é sempre melhor do que recordar :-)

sábado, 18 de junho de 2011

"Pequenas" diferenças...

Para quem acha que as "pequenas diferenças" não contam: o que distingue acordar às 6h30m ou às 8h30m todos os dias é "apenas" um mês ao fim de um ano. Vale ou não vale a pena pensar nisso?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Análise política "pela rama"

Vai-se a ver e este é o segundo Primeiro-Ministro consecutivo que vem da JSD...essa é que é essa :-)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Feriados e pontes: uma oportunidade!

Ando há dias a remoer uma notícia que vi na TVI, na segunda-feira. Deu-se a jornalista ao trabalho de fazer as contas e chegou à conclusão de que cada feriado faz com que o país perca 37 milhões de Euros. O país fica parado, a economia fica ainda mais parada do que o costume e o custo são 37 milhões de Euros...
Pelo tom, a jornalista parecia entre o alarmada e o indignada. Pois onde a jornalista viu alarme e indignação eu vejo oportunidade!!

Um feriado custa 37 milhões de Euros, certo?
Nós somos, mais coisa menos coisa, 10 milhões (e misturo os que trabalham com os que não trabalham), certo?
Isto significa que por cada feriado, cada um de nós faz com que o país perca 3,7 Euros.

E aqui surge a oportunidade!!!
Eu só preciso de saber com quem falar para ressarcir o país do prejuízo que estou disposto a assumir e passo a fazer uma ponte por semana, desejavelmente à segunda-feira! E para que não digam que estou a ser "chico-esperto" até pago 7,4 Euros: pago por dois e descanso por um!!

Pode ser?
Ou será que alguém andou a fazer mal as contas...?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Os imbecis

Ontem, em conversa com um pai de uma aluna do 9º ano, foi-me relatado que o exame de Físico-Química do 9º ano (repito para que não fiquem dúvidas) continha a seguinte pergunta:

"Actualmente, considera-se que os planetas que fazem parte do sistema solar são Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. Em 2006 Plutão deixou de ser classificado como um planeta embora continue a fazer parte do sistema solar.

1. Actualmente considera-se que o sistema solar é constituído por quantos planetas?"

Fui verificar e descobri que essa era uma das perguntas mais complicadas de um teste em que ainda se pedia aos alunos para dividirem 1 por 0,2 (podem utilizar calculadora)  e para confirmarem se uma placa de 400 W tem duas vezes a potência de uma placa de 200W...

Quem são os verdadeiros cretinos deste episódio? Os autores da prova ou os alunos a quem é pedido que se sintam avaliados com tais perguntas?
Após o 25 de Abril (e não entro em cogitações sobre saudosismo) entrou-se de cabeça no tumulto de perseguir o mérito e a excelência como se fossem uma espécie de sinais exteriores de elitismo. A igualdade levada ao extremo significava nivelar por baixo e eliminar as diferenças provocadas pela inteligência, pela capacidade, pelo talento, pelo trabalho árduo. Como se o mundo fosse um enorme armazém de mediocridade com prateleiras vazias e prontas a receber novas remessas de idiotas formatados pelos ditames da nova pedagogia. E Portugal cá estava para municiar o dito armazém.
Ao contrário do que ligeiramente se pode ter a tentação de concluir o resultado NÃO está à vista. A nossa profunda crise que começou nos valores antes de alastrar aos valores materiais ainda não emergiu. Vivemos a primeira vaga da crise: para já ainda estamos a sentir os efeitos superficiais do desinvestimento nos valores.
Ao contrário da sismologia estamos na réplica e o terramoto ainda não se fez sentir. Deixemos que estes miúdos de hoje concretizem a sua vocação sociológica de serem os adultos de amanhã e colheremos os frutos amargos
do "facilitismo".
Como alguém disse "quem se queixa dos custos da educação devia experimentar o preço da ignorância"...a nossa conta vem a caminho!

sábado, 11 de junho de 2011

Walking on sunshine :-)


Não deve ser fácil alguém me apanhar aos saltos à conta de uma música interpretada por alguém que ganhou um Festival Eurovisão da Canção...
Mas também não deve ser fácil que alguma vez mais alguma banda inglesa consiga produzir uma música que fala de sunshine e que tem sunshine dentro dela.

(também não deve ser fácil que se produza um videoclip tão manhoso como este de novo)


De uma forma ou de outra, estou em modo Katrina & The Waves (e a uns míseros 10 graus de Radar Kadafi) "and don´t it feel good"??

sexta-feira, 10 de junho de 2011

The story of Mr. Cavaco and Dr. Silva

O Presidente da República, Cavaco Silva, realçou no seu discurso de 10 de Junho a importância do interior do país e a necessidade de se promover a agricultura, o problema do despovoamento, da interioridade e do abandono dos campos.
Grande homem!
Ele devia era ter convidado para estar na primeira fila para o ouvir fazer este discurso aquele Primeiro-Ministro que defendia que se deviam retirar pessoas da agricultura porque nos países que nos serviam de modelo (e dos quais éramos o bom aluno) a percentagem de população no sector era menor.
Devia ter gritado o seu discurso a esse Primeiro-Ministro em cujos mandatos se atribuiam subsídios para arrancar pomares e vinhas. E também subsídios para plantar e arrancar um par de anos depois.
E um dia destes o nosso Presidente da República devia voltar ao tema do Mar e convidar para o ouvir falar desse nosso inevitável desígnio marítimo o tal Primeiro-Ministro que desmantelou a nossa frota pequeira...


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Memorando de Entendimento

Vão-se conhecendo os contornos do "Memorando de Entendimento" entre a troika e Portugal. Creio que seria a altura de alguém fazer chegar à troika um guia para que percebessem onde se meteram. Uma espécie de:

 "Memorando a ver se nos entendemos"

1- Caso não tenham percebido como é que as coisas se processam por aqui deviam ter prestado atenção ao facto de que andavam vocês a passar a pente fino a papelada e nós estávamos a juntar a Quinta e a Sexta-Feira Santa ao fim de semana para 4 dias de descanso.

2-Se mesmo assim estavam distraídos deviam ter tirado alguma conclusão do facto de que saímos há uma semana de eleições e vamos ter mais 4 dias de descanso que vão ser gozados no Algarve (a dar como boas as notícias de hoje que falavam da melhor taxa de ocupação oriunda da procura interna nos últimos 5 anos).

3-Como não são bons a perceber indícios vamos ser claros: aqui trabalha-se por inevitabilidade.

4- Entramos às 9h e saímos às 17h mas com "nuances":
4.1- Entrar ao serviço não significa começar logo a trabalhar à maluca
4.2- Pausa para almoço significa isso mesmo: pausa. O almoço é instrumental
4.3- Sair do trabalho e enfrentar trânsito implica um chill-out que começa a meio da tarde

5-Estamos muito à frente na "percepção do tempo": os nossos relógios deixaram de ter minutos e a unidade-base com que medimos tempo é a meia-hora. Por isso não se admirem se uma coisa estiver combinada para as "nove...nove e meia".

6-Decorre do número 5 que quando nos atrasamos é sempre à razão da meia-hora porque os minutos são minudências que há muito deixaram de nos atrapalhar.

7-Um dia de trabalho tem rituais conforme o dia da semana e esses, enquanto expressão de uma autêntica religiosidade são para nós sagrados. Assim:
7.1- À 2a-feira não se pode deixar de discutir o futebol do fim de semana
7.2- À 3a-feira encerramos a discussão de futebol porque no serão de 2a-feira vemos sempre 3 programas distintos de análise da jornada que mostram com novas imagens que "aquilo foi mesmo penalty".
7.3- À 4a-feira temos uma certa angústia por "relativa falta de assunto" por isso temos uma quebra
7.4- À 5a-feira é dia de encerrarmos a planificação do fim de semana algo que fazemos em plenário
7.5- À 6a-feira uma antevisão da jornada de futebol e perdemos enfoque no trabalho com a aproximação vertiginosa do fim de semana

8- Quando não há futebol temos o clima por isso não nos falta assunto

9- O calendário gregoriano é para nós uma autêntica surpresa, acreditem ou não! Qualquer esforço de combinar coisas connosco pode sair prejudicado pelo facto de que, inesperadamente, "se mete o Natal", "se metem as férias de Verão" ou "se metem os feriados".

10-Mesmo que assim não fosse o calendário não é como vocês o entendem!
Em Janeiro estamos a recuperar das festas de Natal.
Em Fevereiro temos o Carnaval que dá sempre jeito porque, teimosamente, calha há anos a uma terça-
Em Março temos a Páscoa.
Em Abril temos, muitas vezes a Páscoa (indissociável da semana Santa).
Maio é um mês atípico porque paramos no dia 1 como a generalidade dos países e...mais nada.
Junho é mês de Santos Populares e porta de entrada para uma espécie de triângulo das Bermudas porque em Julho, Agosto e um bocado de Setembro as pessoas desaparecem. Quer dizer, não desaparecem todas mas o problema é o quórum!
Outubro é o mês da República e tirando isso estamos cá para trabalhar.
Até porque Novembro é outro mês de trabalho se excluirmos o dia 1.
Por isso é natural que cheguemos exaustos a Dezembro e que com feriados a 1,8 e 25 deveríamos tratar este mês carinhosamente como o nosso Agostinho: um pequeno Agosto.
Entenderam, portanto, que trabalho mesmo a sério (tanto quanto) é em Outubro e Novembro, certo? Ah! A propósito: historicamente é nesses meses que marcamos mais greves. É uma questão de nostalgia.

Posto isto: obrigado pelo dinheiro e agora vamos fazer os possíveis, sim?"

O homem mais solitário do Mundo



Vou-me alongar...

Este vídeo, esta história, este testemunho deviam ser mostrados enquanto ferramenta de instrução de crianças e adultos. Somos muito mais do que as circunstâncias porque somos a forma como as moldamos e fazemos delas as NOSSAS circunstâncias, o nosso caminho, a nossa VIDA.
Este miúdo não conheceu nada na sua vida que o fizesse ter confiança no futuro senão ele próprio e a sua determinação. E apresenta-se com esta pose que mistura humildade, timidez e muita, muita dignidade.

Mas talvez o que mais me impressione seja a falta de emoções que deixa transparecer na fisionomia durante todos os oito minutos do vídeo. As mesmas emoções que lhe foram roubadas ao longo da vida e das quais desconfiará, certamente, estão na voz. Esta voz tem rugas e tem lágrimas, tem impressão digital, tem a temperatura quente que dentro do peito dele o terá feito suportar as noites de dez anos ao frio.

É tudo isto que ele canta.
A questão nem se coloca no talento do miúdo nem na forma inexplicável(?) como esse talento se alojou em tão improvável(?) pessoa mas na viagem a que nos leva a sua história e a sua voz quando ele escolhe como mensagem:

"Nella fantasia io vedo un mondo giusto,

(imagino um mundo justo)
Lì tutti vivono in pace e in onestà.
(em que todos vivem em paz e honestidade)
Io sogno d'anime che sono sempre libere,
(sonho com Almas sempre livres)
Come le nuvole che volano,
(como as nuvens que voam)

Pien' d'umanità in fondo all'anima.
(cheias de Humanidade nas profundezas da Alma)




Nella fantasia io vedo un mondo chiaro,
(imagino um Mundo de Luz)

Lì anche la notte è meno oscura.
(aí até a noite é menos escura)
Io sogno d'anime che sono sempre libere,


Come le nuvole che volano.



Nella fantasia esiste un vento caldo,
(imagino uma brisa quente)
Che soffia sulle città, come amico.
(que sopra na cidade amigavelmente)
Io sogno d'anime che sono sempre libere,


Come le nuvole che volano,


Pien' d'umanità in fondo all'anima."


Hoje os meus filhos vão ver este vídeo e conhecer esta história. O miúdo coreano merece que a sua vida seja mais conhecida, mais inspiradora e mais vezes mostrada como testemunho de que tudo é possível quando acreditamos em nós por muito improváveis que sejam as circunstâncias.

E este é um dos tempos da história do Mundo em que mais falta nos fazem estes exemplos...para que o homem mais solitário do Mundo tenha cada vez mais companhia!!!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O pesadelo

Se os pesadelos foram em castelhano, o homem passou a noite a ouvir uma voz que lhe dizia: "fui con los cerdos!!".
Mas como o seu castelhano sempre foi manhoso ele não percebeu.

Se os sonhos maus foram em inglês, a dita voz repetiu incessantemente" I went with the pigs!!".
Mas os seus toscos conhecimentos de inglês técnico não o fizeram entender.

Como é sabido que em português ele nunca tinha um pesadelo que fosse, o homem terá ignorado as vozes que o tentavam atormentar com a realidade. Até a realidade era um conceito novo para ele. E hoje deve ter-se recusado a despertar. Mas inevitavelmente vai acordar!E vai ter que viver com o estigma animal: vencido pelo Coelho, corrido do Rato, foi com os porcos...

sábado, 4 de junho de 2011

Fim de semana perfeito

Hoje um solzinho bom para a reflexão e amanhã um grande dia para desporto: vamos todos correr com o Sócrates!

Lies...

Nada como uma dose de drama, espectro de morte ou ameaça de longo Calvário para (re)formatar publicamente tudo o que é dito em privado pelos fracos de espírito, estultos, cínicos, falsos moralistas e outras folhinhas que se agitam freneticamente nas árvores enquanto a seiva corre no tronco.

Vem isto a propósito de tudo o que já vi publicado no Facebook e até em alguma imprensa sobre a desafortunada tarde que a "actriz" Sónia Brazão teve ontem. Tomara a rapariga ter em dia de saúde metade dos amigos e um terço dos elogios que lhe fazem publicamente quando está no hospital. Se calhar não teria dado entrevistas desesperadas como a que recentemente foi publicada. Mas nessa altura os "amigos" que agora tanto se condoem publicamente deviam estar ocupados a dizer o que sempre se lhes ouviu dizer dela...




 "(...) so I don't understand
why promises are snapped in two
and words are made to bend"...


sexta-feira, 3 de junho de 2011

So Lonely!!!!!!!!!!!!!!! :-)



Tenho dificuldade em entender o que seja isso da solidão mas adoro esta música e tudo o que ela evoca de memórias: era suposto estar a estudar para terminar os exames de 4º ano da Faculdade e não estar a beber copos no Yuppie! em Cascais e a ouvir o "So lonely"...mas ia, ouvia, divertia-me a sério e ainda fiz as cadeiras todas sem deixar nenhuma para Setembro. Eram, de facto, outros tempos: a noite era mais sã, a Marginal era mais perigosa (é certo), os Verões eram mais vividos, Sócrates era apenas o nome de um filósofo e a sonhada futura moeda europeia era para se chamar ECU.
Passaram muitos Verões mas a música permanece tal e qual as gravuras rupestres que falam de outro tempo.

Olho para trás como quem dá vida à gravura e sorrio: I wasn´t lonely then, I´m not lonely now and I will never be: memories will always be by my side!! .-))))))))))

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O dilema de dia 5 de Junho

No dia 5 prefere eleger um Primeiro-Ministro:

A- que mora em Massamá e tem pinta de suburbano
B- que é da Covilhã e tem um ar serrano
C - none of the above


É preferível que o próximo Primeiro-Ministro:

A- use fatos Armani mas mantenha um ar boçal
B- use gravatas emprestadas mas permaneça com um look pacóvio
C- none of the above


É mais suportável ter um Primeiro-Ministro:

A- que de certeza que ganhou dinheiro no Freeport
B- que de certeza que gastou dinheiro no Freepoort
C- none of the above


Portugal tem mais chances de encontrar um rumo com um Primeiro-Ministro que:

A- é tratado por "amigo" por Zapatero
B- é tratado por "Bóbi" por Merkel
C- none of the above

"There’s one thing, Yes one thing that turns this grey sky to blue"


1981 foi há 30 anos mas The Look of Love ouve-se com o encanto de quem ouve a primeira vez. O que me surpreenderá ainda nesta música?
Possivelmente tê-la ouvido vezes sem conta e continuar a desconhecer the look of love...o que não é um queixume nem um lamento mas a saborosa vertigem de um work in progress.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Temos o Rossio de volta!

Estava uma rapaziada acampada no Rossio. Acabo de ler que meteram a viola no saco e se foram embora. Parece que aquilo não lhes correu bem. Primeiro porque não tiveram qualquer expressão mediática de relevo. Depois porque lhes saíu pela culatra o tiro de esperarem que a polícia os fosse desalojar do Rossio para depois encenarem a indignação do costume e berrarem contra o fascismo, a prepotência, o "sistema"...
Agora é só mandar desparasitar o Rossio e a vida continua. :-)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Just for the record...

O sentido de oportunidade desta greve da CP é um excelente indicador da forma responsável como os sindicatos encaram o momento do país. Basicamente estamos a uma semana de eleições, temos um Governo "em gestão corrente" e ainda não se percebeu quem vai tomar decisões depois do sufrágio. Mas a rapaziada do "pouca-terra" marca e cumpre greves em pose esfíngica como se estivesse a viver numa outra época, num outro lugar. Fica-se com a ideia de que "a greve já estava marcada e agora é chato dizer à nossa malta que não a cumprimos" se bem que isso já seria conferir a capacidade de existir uma qualquer explicação para algo inexplicável.
Esta greve é para pressionar quem? O Governo que está a sair não pode ser porque estamos a 6 dias de eleições! O Governo que está para entrar não pode ser porque se desconhece qual seja!
Esta greve é mais uma demonstração dos custos de se atribuirem amplas liberdades a quem não tem capacidade responsável de responder por elas...

domingo, 29 de maio de 2011

Cumpriu-se o provérbio

Ontem, pela primeira vez na vida, Sócrates teve noção de que "quem anda à chuva, molha-se!"

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sandokan

Entrei em "modo Sandokan" para o fim de semana e não estou certo do que isso seja mas acho que vai ser bom :)

A frase é inconsequente qb (e qb aqui parece-me um eufemismo para "MUITO") mas espelha uma vontade de esquecer responsabilidades (as maiores, vá lá...) durante pelo menos os próximos dois dias.

Everybody's working for the weekend



Uma cancão não tem necessariamente de ter uma melodia "do outro mundo" e esta não tem.
Uma canção não tem de ser interpretada pelos melhores executantes do momento e esta não foi .
Uma canção não tem de transportar uma letra de fazer inveja a Shakespeare e esta não transporta.

Mas uma canção deve acertar em cheio com o que nos vai na alma no momento em que a ouvimos (ou recordamos) e nenhuma frase longa, bonita e composta me soa melhor a esta hora de uma sexta-feira do que aquele vociferado : "Everybody's working for the weekend!"

Bom fim de semana!!! :)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Segredos



"We talked into the night. The kind of talk that seemed important, until you discover girls

-Alright, alright. Mickey's a mouse. Donald's a duck. Pluto's a dog. What's Goofy?


-If I could only have one food for the rest of my life? That's easy. Pez. Cherry flavored Pez. No question about it.

-Goofy's a dog. He's definitely a dog.

-I knew 'The $64,000 Question' was fixed. There's no way anybody could know that much about opera.

-He can't be a dog. He wears a hat and drives a car.

-Wagon Train's a really cool show, but did you ever notice that they never get anywhere? They just keep on Wagon Train-ing.

-God! That's weird. What the hell is Goofy?"

Talvez seja um dos meus filmes favoritos de sempre e a cena da fogueira é, possivelmente, das minhas preferidas entre todas as que já vi no cinema.
Lembro-me dela porque está a chegar mais um Verão e mais uma série de oportunidades para que eu e o Francisco tenhamos destas conversas deitados nas espreguiçadeiras e acompanhados pelas estrelas e pelo semblante trocista da Beatriz que é mais "crescida" do que nós até porque é menina. E os nossos diálogos vão ser os nossos segredos, aqueles segredos que só temos com os nossos melhores amigos.

Caça à multa

Está aberta a temporada de caça...à multa.


A PSP tem números mínimos de multas a passar e viaturas a bloquear e a rebocar entre outros . Para os responsáveis da polícia trata-se de dar cumprimento ao Quadro de Avaliação e Responsabilização da Administração Pública, mas visto de fora parece um método de fazer com que a polícia dê lucro, o que não é exactamente a sua função.


O primado da quantidade de serviço sobre a qualidade do mesmo tem números;  cada divisão da PSP terá de realizar 300 opções STOP contribuindo para um total nacional de 12900, os testes do balão devem aumentar 5% e o número de autos de contra-ordenação rodoviária, um eufemismo para multas, deverão idealmente totalizar os 172 mil.

Tendo em conta que estacionar numa grande cidade como Lisboa é uma tarefa de elevada dificuldade pois boa parte dos espaços disponíveis são hoje em dia sujeitos a estacionamento pago, a caça à multa encontrará boa coutada onde fazer baixas e alcançar os objectivos.

E é bom lembrar que são objectivos cujo cumprimento determinará a avaliação dos polícias. O que significa que nessa profissão os critérios de avaliação passam não apenas pela qualidade do desempenho dos profissionais mas pela necessidade de que existam cidadãos que prevariquem. De onde se conclui, por bizarro que pareça que se todos cumprirmos a lei, a polícia não cumpre a sua missão.


Escrevi este texto em Abril do ano passado e, nesta versão,  apenas lhe retirei as referências temporais que o situavam em 2010.
No essencial as coisas mantêm-se. Lembrei-me disso porque esta manhã fui mandado parar numa monumental operação stop ao som de um dos mais de dez agentes que a compunham a gritar para outro colega "manda parar esse e vê a inspecção".
"Esse" era eu e a inspecção estava feita para tristeza da máquina autuante.
Gostar cada vez menos da nossa polícia é uma inevitabilidade...ter-lhe cada vez menos respeito é uma pena!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Euros e escudos...

Será que a senhora que ontem me cobrou 5,5 Euros por um quilo de cerejas teria a mesma cara se me estivesse a pedir 1100$00 pela mesma quantidade desse meu vício? Eu duvido muito. Como duvido que as pessoas fumassem se se apercebessem diariamente de que gastam 760$00 para adquirir 20 cigarros. Ou que um pequeno-almoço numa pastelaria fica por mais de 800$00.
Posso estar a ficar old fashioned mas estou longe de gágá...

Tom Tom Club, o talento e os Dâmasos


Esta selecção é tudo menos inocente. Para além do óbvio que é ser uma canção de Verão e de o sentirmos à porta, de ter qualquer coisa de imortal que faz com que seja ainda hoje trauteada...há mais.

Há uma pequena história que tem "o seu quê". Os Tom Tom Club são o produto de brincadeiras de férias nas Bahamas de dois membros dos Talking Heads. Assim, sem mais!

Olha-se para esta gente que nos demonstra que o talento nunca vai de férias e sente-se um arrepio na espinha ao ver o que nos rodeia. Melhor: o que nos mostram do que nos rodeia. Sobretudo quando se acaba de folhear sem anestesia a TV Guia e a TV Mais (nota do autor: faço-o desrespeitando o conselho das autoridades sanitárias por incontornável necessidade profissional). A fruta da época são uns gordos que aparecem na SIC e uns tesos que aparecem a brincar aos exploradores de tribos para ganharem para o croquete. Têm destaque justamente por isso: uns porque são notoriamente gordos e outros porque são dissimuladamente indigentes. E ocupam as páginas que deveriam ser ocupadas com talento.

O voyeurismo global em que se está a transformar o país distrai-nos dessa procura da excelência, do talento, dos resultados do empenho e do trabalho. Ainda há dúvidas sobre porque triunfam mais os portugueses que saem de Portugal? Porque têm espaço! Porque o português precisa de espaço para ser mais português, para ser melhor português. Agostinho da Silva disse que "um brasileiro é um  português à solta" e essa frase sintetiza muito do que é essa libertação de deixar de disputar espaço (neste caso mediático) com as abéculas que os media endeusam.
Para muitos, sair do país foi a oportunidade ou a fuga. Eu defendo que aqui ainda se pode conquistar espaço e essa é uma das razões porque "fiquei".

Agora deixemo-nos de ilusões, não é de braços cruzados.

Eça permanece actual e continua a ser "um dever de moralidade pública dar bengaladas" a estes Dâmasos dos nossos dias. Eu não perco uma oportunidade!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Os portugueses e os carros

Há um mundo de oportunidades desperdiçadas dentro e à volta de um carro que só um português sabe ver e aproveitar. Andam os engenheiros de todo o mundo a conceber automóveis preocupados com motores, performances, níveis de poluição e segurança quando o essencial é descurado...mas felizmente no cantinho da Europa há as formiguinhas obreiras que descortinam em cada pópó as oportunidades perdidas.
Começando pelo espelho retrovisor. Que disparate! Um espelho para onde se olha sem se ver o nosso rosto nem nada de nós. Toca a personalizar a coisa. E vai daí o bom do tuga desata a pendurar apetrechos no dito espelho. Quem fizer uma aferição do nível de religiosidade dos condutores portugueses apenas pela contemplação dos retrovisores chega à incontornável conclusão de que somos um povo de Fé: em cada 4 carros, 3 transportam um reluzente e cintilante terço penduradinho no espelho. Mesmo que o tripulante nem saiba a Salvé Rainha, o terço já lá mora para um eventual surto inesperado de fervor místico. Os hereges optam por outras decorações: galhardetes de clubes ou associações de bombeiros, um CD, pinheirinhos que libertam suaves fragrâncias, dados gigantes...qualquer coisinha que liberte o condutor da sensação de isolamento que provoca um vidro com vista sobre a estrada e pouco mais. E fica logo o pára-brisas mais composto.
Depois o tuga olha para o tablier e apercebe-se de nova oportunidade. Então não é que aqueles otários dos engenheiros conceberam o painel de instrumentos com uma forma superior arredondada e não lhe colocaram nada em cima? Idiotas!! Não se está mesmo a ver que aquela zona do habitáculo se chama "pirilampódromo"? E toca de instalar a última versão do pirilampo mágico em cima do tablier para que toda a gente veja que somos solidários e que gostamos de pontuar o carro com bonitos detalhes de cor.
Já que estamos na zona do painel de instrumentos e das oportunidades perdidas há que levar em consideração a aparelhagem sonora com que o automóvel vem "de série". Tem rádio e lê CD´s e debita o som através de umas colunas que já vêm instaladas no carro. Isso pode chegar para o tanso do condutor normal mas para o tuga? Nããããã!! Onde os otários dos europeus se satisfazem com melodias o tuga tem outras exigências: para quê coluninhas de som quando se pode ter basqueiro?? Para quê uns saudáveis decibeizinhos quando se pode armar cagaçal?? ´Boraí mas é instalar umas colunas capazes de fazer o carro trepidar como se estivesse ligado a um centrifugador e ficamos falados de musiquinha.
Já mais saciado na sua febre transformadora mas ainda não satisfeito, o tuga vai à cata de mais chances de imprimir uma marca de grande classe ao seu veículo. E não é que aqueles larilas dos gajos que desenham bólides deixaram passar em claro o mundo de opções que se podem imprimir a uns singelos encostos de cabeça?? Vamos lá tratar disso. Venha daí uma bandeira de Portugal, ou uma Union Jack, ou uma bandeira da Confederação, ou até do clube do coração. Ali é que ela fica linda e com o tempo começa a ficar ruça para atestar as viagens feitas e as horas de desgaste solar a que foi sujeita. E como estamos em maré de pronto-a-vestir vamos ser legalistas: é obrigatório ter em cada carro um colete reflector? Vamos a isso! E para que não sobrem dúvidas escusa de sofrer acabrunhado no porta-luvas e pode exibir a sua garrida galhardia como forro dos bancos do condutor e do pendura.
O tuga sai do carro, cada vez mais bonito, e dá uma voltinha ao mesmo para apreciar a sua obra. Eis senão quando se apercebe do desperdício que representa uma chapeira desornamentada!! Mais um desleixo do fabricante! Pois a chapeleira passa a ser a prateleira de serviço e ali aterram cachecois, postais, rendas e cãezinhos conforme o requinte do proprietário que pode chegar ao climax do "naperon".

O carro é outro e o tuga é agora um orgulhoso detentor de uma autêntica obra de arte. Agora é só ir para a estrada e esforçar-se por cumprir a regra de ouro do condutor português: na estrada vale tudo menos usar o pisca-pisca!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O "contexto"


Retirada do contexto uma música pode fazer com que sobrolhos se levantem. Depois olha-se para a pinta dos rapazes, verifica-se que se leu bem o nome do grupo e que era mesmo "April Wine" e teme-se o pior sobre a sanidade mental do autor destas linhas ou, no minimo, antevê-se a descoberta de uma brecha no seu bom gosto.

Quem teve o tal contexto nem se dará ao trabalho de ler o resto do post e saboreará uma música que estava guardada algures nos confins do seu "disco rígido" e que agora saltitará no desktop durante uns dias para depois se alojar de novo nas profundezas da memória, lugar onde pertence.

Quem não teve o contexto não sabe o que perdeu.
Há músicas que evocam um Verão inteiro, outras que nos recordarão sempre o pôr do Sol, há aquelas condenadas à efemeridade de uma estrela cadente mas que deixam igual rasto.

"Just Between You and Me" não é nenhuma dessas....para mim será sempre o hino ao eco das palavras que não disse quando tinha 15 anos. E que continuam por dizer, "seulement entre toi et moi"...
É esse o dito contexto e aposto que não é só meu...

O melhor da Taça de Portugal

Pinto da Costa e Isaltino de Morais sentados em frente a um juiz é uma cena bonita de ver mesmo que seja um juiz de futebol...

Em quem votar no dia 5?

Vou ver se esta semana tenho paciência para ler os programas eleitorais dos diversos partidos que concorrem às legislativas. Salvo alguma surpresa que se atravesse no meu caminho estou decidido a depositar o meu voto em quem garantir que o Liedson volta para o Sporting.

sábado, 21 de maio de 2011

A Fisiologia segundo o Francisco

Cabeça deitada sobre o meu peito, levanta a voz e ordena: "Schiu!! Estou a ouvir o coração do pai a apitar!"
Haverá melhor e mais auspiciosa forma de começar um sábado??
:))

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Urgent - uma adenda :)


"When you realize you want to spend the rest of your life with somebody, you want that the rest of your life start as soon as possible!"

BDC: Eis a excepção que eu abro à negação da urgência ao Amor. Mas aqui, sim, estamos a falar do tal "true love" que mencionaste no teu comentário...
Bjs e obrigado!!

Urgent (?)


"Just you wait and see, how urgent, our love can be, it's urgent"



O mais respeitável dos esforços que já presenciei para me convencer de que esta frase é verdadeira foi feito pelo saxofone desta música. 
Mas continuo por convencer. O Amor nunca é urgente. O que é urgente é acordar amanhã bem disposto, de bem com a vida, a andar de cabeça erguida na rua, a aprender com os meus filhos os segredos que só eles dominam da arte de VIVER. E depois de amanhã também. E, de novo, no dia seguinte.
O resto é a paisagem que a Vida me colocar no caminho: umas vezes a justificar que a contemple, outras que a fotografe, na maior parte das vezes desinteressante qb o que é essencial para manter o foco no que conta: o caminho em si. Sem outra meta que não seja caminhar... :) a sorrir!!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

38 Special - Caught Up In You



Há injustiça quando o pregão "naif" dos 38´Special fica condenado a ecoar cada vez mais timidamente até que um dia se suma.
Foram eles que quando eu me preparava para fazer 16 anos cantaram, muito escondidinho no meio deste Caught Up In You que "When it's right the light just comes shining through". Eu confesso que nem dei por isso na altura: bastava-me o refrão e a noção de que existia uma little girl (eu era little também) capaz de tornar ainda mais longos os compridos dias desse Verão.
Acho que não apareceu. Se apareceu não ficou na história. O que ficou foi esta música e a capacidade de a redescobrir e de decifrar a linha que conta: "When it's right the light just comes shining through".
Como tal, e como presumo que já tenhas crescido tenho uma nova mensagem para ti "little girl": show me the Light!

Pena de morte

O video nacional a fazer pirraça aos finlandeses era muito interessante por tudo o que tinha de verdades, de meias verdades e de "tretas-que-ninguém-vai-questionar-mas-que-ficam-bem".

Tinha também informações que, sendo mais ou menos imprecisas, seriam desmontáveis se os finlandeses conhecessem minimamente o nosso país. Agora que já pagaram podem ser desvendadas :-)

A  mais hilariante é a de termos sido os primeiros a abolir a pena de morte. Parece que é verdade, se bem que exista quem conteste mas...que diferença faria? Com a proverbial lentidão da nossa justiça a pena de morte nunca seria aplicada por morte natural superveniente dos potenciais clientes. É claro que, bem vistas as coisas, a categoria "Carrasco" seria das mais disputadas na Função Pública: assumidamente nada para fazer e ninguém para vir reclamar que o serviço andava mal feito.

É que olhamos para as notícias e lemos que DSK está preso no EUA a agurdar os desenvolvimentos do seu caso de violação sobre a empregada do hotel enquanto que em Portugal um homem de 40 anos sai em liberdade de um julgamento em que era acusado de ter violado a enteada de 12 porque os juízes entenderam que "a criança consentiu a relação sexual".

Esfregamos os olhos, olhamos de novo e vemos Madoff a apodrecer na prisão e Oliveira e Costa em casa a aguardar julgamento.

E podemos continuar todo o dia.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sinais "antigos".


Aprendemos desde cedo que existem sinais. Por muitas voltas que demos há algo de Pavloviano a condicionar tanto de nós e a formatar tanto do que fazemos. Naqueles tempos, nunca distantes mas assumidamente remotos, ouviam-se slows. Os slows eram uma tranquila ilha de sedução no meio de mares feitos de ondas revoltas de hormonas aos saltos, tempestades de conflitos interiores de um projecto de pessoa a crescer e rochedos de incompreensões diversas (os mesmos rochedos que o desenrolar da viagem/vida ficam sinalizados por faróis para nunca mais nos atrapalharem).
Os slows tinham uma função numa altura em que "redes sociais" seriam um conceito incompreensível. Eram um "jogo" com regras feitas no momento e prémio incerto.
E havia um sinal...há sempre sinais :))
Quando se ouviam acordes de músicas como esta os corações batiam um bocadinho mais forte, o posicionamento no local era estrategicamente definido, ensaiavam-se alguns olhares, ouviam-se últimas "dicas" ou encorajamentos dos amigos.
Depois...só depois..atravessava-se "a pista"...uma caminhada com sabor a maratona para ouvir uma resposta que nos transportaria ao Céu ou nos faria descer ao Inferno da realidade e a um regresso à base em que a maratona passava a Calvário.
Tudo passava por sinais :)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Tonight!


Os dias eram mais longos. Os Verões não acabavam. Havia sal no corpo a maior parte do tempo. A praia tinha horas extra em que as fogueiras desafiavam o escuro. Às vezes uma mão dada era a senha esperada para um beijo...ou não.
Morria-se de amor várias vezes por estação e por cada vez que morríamos voltávamos para voltar a viver. Não há um ensaio geral para a vida nem a vida começou depois. Nem antes. Nem ali. Nem nesse tempo.
Tudo tinha timidez e inexperiência e pureza.
Hoje olho para trás e visito um santuário. Foi bom ter essa idade. Mas foi muito melhor não ter nunca deixado de a ter.
Tonight. Always tonight!!

Laugh (and walk away)



"I'm sick of greedy people who just want a piece of me


They're all so clever and so bright and modern to the T

You smell them from a mile away but I don't really care

When it comes down to the facts I laugh and walk away (laugh and walk away)"

Amanhã é um grande dia!!

Graças à Liga Europa uma das cidades da província deste lindo país vai ter uma bonita festa!!! :))))

quinta-feira, 12 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

Far away in time (?)



"On Echo Beach


Waves make the only sound

On Echo Beach

There's not a soul around"

segunda-feira, 9 de maio de 2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Camaradazita

A Camaradazita escreve um editorial no JN de ontem em que faz uma retrospectiva sobra a importância do Papa João Paulo II nos acontecimentos que haveriam de precipitar a queda do comunismo.
A Camaradazita escreve como se fôssemos todos tomados por um súbito surto de falta de memória e não nos recordássemos por que águas navegava a Camaradazita no início dos anos 80.
O espectáculo caricato da Camaradazita a trocar a (sua) história por um prato de lentilhas não macula nada de importante nos acontecimentos da História. Mas revela muito do que são estes tempos em que são publicadas prosas de cúmplices de regimes assassinos e tirânicos como se fossem relatos de sobreviventes.
O que resta na espuma dos dias é mais uma cruel manifestação da miserável condição humana a que alguns estão condenados, a mesma condição humana de que se levantam e agigantam vultos com a discrição da genuína coragem de Wojtyla.
"Não tenhais medo!", atreve-se a titular a Camaradazita como se se reabilitasse na sua tardia e pouco convincente profissão de Fé. Não, Camaradazita! Não teremos medo e haverá sempre alguém com memória!

domingo, 1 de maio de 2011

Non abbiate paura!!

Hoje como em 1978: obrigado!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Eu vi!!!!!!!!!!!

Mourinho: orgulho e vergonha

No fundo tudo se deve reduzir à velha questão do berço mas se começo por aí corro o risco de inquinar a objectividade com que espero seja lido porque "levanto a lebre" de ser um preconceituoso.

Já senti muitas vezes orgulho pelo português José Mourinho: pelo seu trabalho, pelas suas conquistas, pelo reconhecimento mundial da sua carreira, por pequenas (mas decisivas coisas) como aprender a língua dos países onde trabalha MAS fazer discursos em português quando aceita e recebe troféus. O homem é bom. O homem é muito bom. Sei bem que os portugueses perdoam tudo menos o sucesso de outros portugueses e não engrosso a fileira dos primeiros. Sou dos que gostam de ver a bandeira subir para recebermos medalhas, sou dos que gostam de abrir o NY Times e ler artigos sobre Mariza, ou elogios a Damásio, sou dos que sentem o Hino, dos que se emplogam com o reconhecimento a Souto Moura, a Maria João Pires (mesmo que ela não queira ser portuguesa), a Paula Rego, a Sofia Escobar e a tantos outros. E tenho saboreados momentos desses com José Mourinho. Que é bom. É muito bom. Mas...

Mas...o portuguesinho que habita dentro de José Mourinho revela-se vezes demais e, geralmente, nas mesmíssimas circunstâncias. Mourinho ganhou o saudável hábito de ganhar. E esqueceu-se de que pode perder. E de que a grandeza se revela sobretudo nos momentos difíceis. Só os melhores vernizes aguentam a pressão...
Vai daí e ontem, depois de perder, produziu declarações vergonhosas: que ele já ganhou duas Champions e que Guardiola ainda só ganhou uma e que foi "escandalosa", que se Guardiola ganhar este ano a Champions fica com duas conquistas "vergonhosas", que no dia em que Guardiola ganhar duas Champions "limpas" então será como ele...sugeriu ainda que o Barcelona chega onde chega porque tem o patrocínio da UNICEF e que perdeu porque foi roubado como sempre.

Mourinho tenta transformar uma derrota numa questão de "o Mundo contra Mourinho" como se um resultado desfavorável não fizesse parte da competição e como se fosse assim que se suplanta uma adversidade. Muito portuguesinho reservar os louros para nós e alijarmos as culpas como os outros.

Mourinho é bom. É muito bom. Mas falta-lhe muito para ser melhor. No fundo tudo se deve reduzir à velha questão do berço...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Distracção dos media

É notável que Portugal tenha três equipas nas meias-finais da Liga Europa e isso não passou em claro aos nossos media. Agora o que é verdadeiramente espantoso é que duas dessas nossas equipas sejam da província! E isso parece que passou ao lado da atenção da nossa comunicação social :)

Surf´s up!!


É com indesmentível e indisfarçável orgulho que mostro ao Mundo o resultado do empenho do Francisco na sua conquista das ondas!

25 de Abril...dois reparos.

O primeiro é que depois de ver tanta celebração em tantos anos seguidos do "Dia da Liberdade", continuo a notar a falta nos restantes 364 dias de um "Dia da Responsabilidade". Posso ser o reaccionário de serviço mas não acredito em liberdade sem responsabilidade. Nem em responsabilidade sem responsabilização. Aliás até acho que a liberdade é uma conquista da responsabilidade e não o contrário.

O segundo...a democracia já leva 37 anos de rascunho...Não será hora de alguém a passar a limpo?

domingo, 24 de abril de 2011

Sinal da crise?

Ou a Páscoa é um mau negócio para as operadoras de telemóveis ou é mais um sinal da crise mas o certo é que só recebi dois daqueles sms intrujas feitos de copy paste e carregadinhos de palavras ocas com que "os amigos" apanham boleia do calendário para fazerem prova de vida.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sessão da meia-noite

Ontem fui ver um filme tão intimista que dormi com ele!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ayapaneco

Há um artigo de quarta-feira publicado no The Guardian (e dá para ler aqui ) que tem a ironia própria da realidade e a tristeza que o destino lhe sabe imprimir por capricho. No México há um dialecto prestes a morrer. Restam duas pessoas que o dominam: dois velhotes que...não se falam!! :)

Every dream home a heartache...



"Penthouse perfection
But what goes on
What to do there
Better pray there..."

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Um tempo morto :(

Já não há cerejas do Chile e da Argentina. Ainda não há cerejas do Fundão. Esta é uma das piores alturas do ano :(
Só em Maio (Junho?) volto a encontrar cerejas. E depois...depois eu,a Beatriz e o Francisco, calor, espreguiçadeiras, piscina e dois kilos de cerejas: eis a definição de meia hora bem passada :)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Como se demite uma jornalista em 2 tempos...

Vamos lá ver se eu percebi o que se passou na Lusa. Na noite de 18 de Fevereiro, um assessor do PM telefonou para a Editora da Noite e debitou uma reacção de Sócrates às declarações de Alexandre Soares dos Santos. O dito soundbyte era "não basta ser rico para ser bem-educado". A jornalista não escreveu a notícia porque não teve acesso directo à fonte. No dia seguinte (19/2) durante a tarde o PM acabou por usar a frase perante jornalistas. A Editora da Noite da Lusa acabou demitida. Agora o Conselho de Redacção da Lusa leva o caso à ERC e ao Conselho Deontológico. Eu aguardo para saber o que decidem e tenho especial curiosidade em ver clarificada uma situação: para tomar a decisão de demitir a jornalista em que se baseou a Direcção de Informação da Lusa? Numa confissão espontânea da jornalista que condoída com os remorsos de não ter dado crédito ao telefonema amigo de um assessor confessou a sua "falta" à Direcção? Ou a queixinhas do assessor/Gabinete de PM estranhando o facto de que não conseguiram ditar um take pelo telefone? Para mim esta é a questão prévia...mesmo quando aposto que sei a resposta...

A poesia musical portuguesa revisitada

Com o Francisco poucas serão as músicas portuguesas que não mereçam um "upgrade" nas suas poesias.
Há meses foi esse avanço bélico do "Oh Rosa rebenta a saia, Oh Rosa rebenta a mãe"...e ontem uma actualização com um piscar de olhos ao INEM que se traduziu em "Maravilhoso coração do 112"... Treme, Marco Paulo! :))

terça-feira, 12 de abril de 2011

Those were the days...

Eram cerca de 28 minutos de puro gozo. De expectativa adiada até aos últimos metros. E que saudades me deixam… Esta manhã o Francisco (agora um leitor cada vez mais ávido) tropeçou num nome novo e perguntou-me “Pai, quem é o Carlos Lopes?”. Foi o suficiente para despertar em mim tanta coisa que estava adormecida no baú da memória! As noites feitas de horas de espera em que assistia ao desfile das masculinas atletas da RDA (sim, da RDA), as camisolas com as letras CCCP encimadas por rostos fechados na concentração, os ditos incontornáveis (“lá vai mais um para a Sibéria!”). Provas e mais provas…lançamentos de martelo, provas “menores” de pista, uns saltadores aqui e ali e a impaciência a crescer… Depois, geralmente no fim do programa diário, apareciam os homens que queríamos ver. Uns africanos (ainda não havia longos reinados de etíopes magricelas e velozes), uns europeus de Leste, o temível Viren (que nos “roubou” duas medalhinhas de ouro em 1976 e nunca se livrou de famas bizarras como a de fazer transfusões com sangue de rena…o que se inventava para justificar o que nos parecia impossível), uns britânicos, uns americanos e…Carlos Lopes. O NOSSO Carlos Lopes. Era baixinho quando começava a correr e um gigante no fim de cada prova. Quando ganhava era o primeiro quando não ganhava era o primeiro dos nossos corações. Lopes colocava-se na linha de partida ao lado daquela gente toda, aguardava o tiro e esgueirava-se por entre aquela muralha de cotoveladas e empurrões para assegurar sempre um lugar de observador. Nas primeiras voltas Lopes controlava o andamento dos outros. Nunca o vi ir atrás de uma “lebre” daquelas que ele bem sabia que iam estourar umas voltas mais adiante. Nós ficávamos colados às televisões, estupefactos mas ao mesmo tempo confessos crentes nas capacidades de discernimento do nosso atleta. Por vezes as “lebres” ganhavam inesperado avanço e os nossos corações eram assaltados pela dúvida: será que desta ele se enganou? Mas não. Lopes nunca se enganava. Por muito grandes que fosses os avanços estas “lebres” eram comidas pelo pelotão…e o meio do pelotão, no tal lugar de observador, seguia Carlos Lopes. Sucediam-se as voltas. Raramente se via Lopes a “pegar na corrida”. Ele era o estratega que se deliciava a ver os outros caírem na vertigem de levarem o esforço além das suas capacidades. Lopes, não! Passada firme, olhar atento, jeito humilde…ele ia gerindo o seu esforço e mantendo alguns sob vigilância. E passavam os minutos. E todos sabíamos que íamos ter mais uma alegria. E que aqueles 27 ou 28 minutos iam valer a pena. E que no dia seguinte íamos pertencer ao grupo dos “sorridentes com olheiras”. Faltam 5 voltas. Parece que Lopes não quer resolver ainda. A multidão de corredores que se acotovelavam há umas quantas voltas atrás era agora uma espécie de colecção de minhocas. À frente uma minhoca mais gorduchinha porque composta por um magote de homens que não mostravam no rosto o esforço. Depois umas minhocas mais pequenas e mais magrinhas…com homens com máscaras de esforço, alguns a arrastarem os pés…outros a desistirem. E Lopes continua. Faltam duas voltas. Por vezes algum incauto tenta dar uma “sapatada” na corrida mas logo é colocado no seu lugar…expelido pela cauda da dita minhoca. Ficam poucos e a conta é fácil de fazer: só há lugar para três no podium e o lugar que nos interessa só tem uma vaga e geralmente há uns quatro ou cinco que teimam em correr ao lado de Lopes. O sono é um lugar esquecido há quase meia hora quando toca a sineta que assinala a última volta. Mesmo assim é como se acordássemos. Nós e os atletas. O passo é acelerado, a fila fica mais estreita e longa. Lopes está firme mas não avança, sabe esperar. Os corações batem com mais força porque olhamos para as caras e vemos em todos a mesma convicção, a mesma certeza, a mesma intenção…mas nem todos têm a força de Lopes. Faltam 300 metros e ele joga. Joga tudo como sempre faz. Dispara. Parece que começou agora. Leva sempre um ou dois consigo para vencer antes do fim. Lopes não para. Lopes não vai parar! Lopes destroça a concorrência e cruza a meta e ouve-se o grito dos outros noctívagos que esperara, por mais uma alegria. Dormíamos melhor depois de ver Lopes a correr. Vivíamos melhor quando éramos resgatados por um “tipo como nós” que chegava lá e mostrava o que valíamos. Sem truques, sem estratagemas. Com vontade, força, determinação e muito…muito trabalho.


“Francisco, Carlos Lopes era um grande campeão que me deu muitas alegrias e ainda é vivo”, respondi eu com pena de não acreditar que um dia possa partilhar uma dessas madrugadas que já não existem com o meu melhor amigo.

Duas grandes interrogações dos nossos tempos

Porque é que os cães perseguem os carros ladrando aos pneus quando a experiência diz que o carro não vai parar e que eles nunca o apanharão?
Porque é que os jornalistas montam plantões nos aeroportos quando a experiência diz que estão à espera de pessoas que não é líquido que vejam e que, seguramente, não lhes dirão nada?

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fernando Nobre e a inspiração marxista

A notícia de que Fernando Nobre será cabeça de lista do PSD por Lisboa, juntamente com dados que a memória guarda como a participação do mesmo:
na convenção do PSD que apoiou Durão Barroso em 2002,
na Comissão Política da candidatura de Mário Soares em 2006,
na Comissão de Honra da candidatura de António Capucho em 2009,
na Comissão de Honra da candidatura  de António Costa em 2009,
na campanha do BE para o Parlamento Europeu como mandatário nacional também em 2009,
permite a conclusão de que a sua inspiração é marxista. Marxista, seguidor de Groucho Marx que uma vez afirmou "Meus senhores, estes são os meus princípios! Se não gostarem tenho outros!"

Ou isso ou o médico que disse que só não ia para Belém se levasse um tiro na cabeça foi mesmo atingido nem que tenha sido de raspão...



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ainda sobre "gaffes" em testes...


Esta gravação surgiu na minha memória depois de ter visto a parte "em off" da declaração de ontem do Primeiro-Ministro. Para quem não saiba ou já não tenha memória, em 1984, Reagan estava a fazer testes de som para se dirigir ao país e produziu a "gaffe" que aqui coloquei. Reagan e Sócrates têm mais uma coisa em comum: ambos ficarão na história como dois actores medíocres.
Depois há todo um mundo de diferenças :) 

Forma OU conteúdo



O momento é grave mas a pose parece mais importante...



quarta-feira, 6 de abril de 2011

I´m not aware of too many things...




E assim termina mais um dia :)

Feeling...Radetzky!! :))


Já estou a bater os pés e tudo!


Um dos grandes enigmas da Humanidade resolvido! :)

Mulheres (perdoem a generalização que faço apenas por economia de texto) acho que vos entendi:

Preferem os homens que vos tratam mal porque esses podem sempre melhorar. Já os que vos tratam bem são perigosos porque podem mudar.

Fazem-me lembrar um hipocondríaco e a sua máxima "a saúde é um estado metabólico provisório que não augura nada de bom" que se traduz no epitáfio de sonho "eu não vos disse que estava doente?"

:))

O caloiro

Nota-se que Bagão Félix é caloiro: na sequência da primeira reunião do Conselho de Estado em que participa vem cá para fora dizer que Sócrates mentiu! É enternecedor ver alguém dizer como novidade algo que todos já sabem...

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ai Portugal, Portugal...

Esta escumalha transformou o meu querido país naquele pedinte a quem ninguém dá esmola porque tem bom corpinho para trabalhar (e não o faz) e vai gastar tudo em vinho... E não se vê quem venha para fazer diferente, quanto mais fazer melhor...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pérola de Sócrates :)

"O meu dever é informar o Senhor Presidente da República e não informá-lo previamente", by José Sócrates. É genial! Como é genial que esta tenha passado em branco aos entrevistadores. O que é isso de informar "não previamente"? É chegar a Belém e dizer "vim aqui para o informar que, conforme já estará informado, eu decidi..." ?

Standing ovations for Vienna's first-ever 'Anna Bolena'




Conta a France Press e, sinceramente não me espanta nada que:
"The first-ever staging in Vienna of Gaetano Donizetti's rarely-performed opera "Anna Bolena" received 20 minutes of standing ovations at its star-studded premiere at the Vienna State Opera Saturday.



Russian superstar soprano Anna Netrebko dazzled the first-night audience in the extremely demanding title role of Henry VIII's wife -- the second of his six wives, who was beheaded after a short three-year marriage for allegedly being unfaithful to the king with her former lover Lord Richard Percy.



Netrebko, whose voice has become infinitely more voluptuous and richer in the past few years, is not naturally suited to the belcanto repertoire. In fact, she was making her role debut as Anna Bolena. Nevertheless, she was completely convincing as the unjustly accused queen, veering between indignant fury and tender righteousness.



And she more met her match in Jane Seymour, sung by Latvian mezzo Elina Garanca in stunning form.



Indeed, while the infinitely elegant staging by Frenchman Eric Genovese -- which had more than a touch of the Old Masters thanks to sumptuous period costumes by Luisa Spinatelli and imposing sets by Jacques Gabel and Claire Sternberg -- never seemed to provide much more than an achingly beautiful backdrop, the excellent cast sang with such seering conviction that one hardly noticed the minimalism of Genovese's direction.



Austrian mezzo Elisabeth Kulman, in the trouser role of the love-sick Smeton, has a smoky, almost husky timbre but still managed to navigate the difficult coloratura with skill and aplomb.



Italian bass-baritone Ildebrando D'Arcangelo, who had cancelled due to sickness a few days before the premiere, but decided to sing after all, sounded somewhat pale to start with, but soon found his form.



The young Italian tenor Francesco Meli sang the demanding role of Lord Percy with a youthful virility that promises great things for the future."

Já tive o inavaliável prazer de as ver e ouvir juntas, em Covent Garden na ROH, no I Capuleti e i Montecchi e, por isso, presumo que se tivesse ido até Viena no sábado a tal "standing ovation" teria sido ainda maior :)

Sobre futebol...ou o que resta dele.

Estava no Estádio da Luz, no Verão de 2004, e assisti à vitória da Grécia contra Portugal na final do Euro 2004.


Estava no Estádio de Alvalade, na Primavera de 2005, e assisti à derrota do Sporting na Final da Taça UEFA.

De uma vez e de outra fiquei “sem pinga de sangue” e até sem reacção. Mas assisti à festa dos vencedores . Não aplaudi porque, como já disse, estava sem reacção. Mas registei o que vi e pensei: “um dia pode ser que me calhe a vez de celebrar uma vitória da minha selecção ou do meu clube noutra final”. E voltei para casa. E, no dia seguinte, acordei sem vergonha.



Tenho, de facto, a sorte de não ser benfiquista. Porque se fosse benfiquista (vade retro!!) ontem teria adormecido envergonhado e hoje teria acordado coberto da mesma vergonha. É inqualificável a falta de respeito, de grandeza, de fair play e de tantas outras qualidades dos dirigentes do Benfica. Apagar a luz do estádio e ligar a rega durante a (justa) celebração dos adversários revela bem a quem andam entregues algumas das mais antigas e (até) respeitáveis instituições do país.

Em nada perde o brilho um digno vencedor quando fica demonstrado que não houve um digno vencido. O Benfica foi vencido pelo Porto e humilhado pelos seus próprios dirigentes. Este clube continua a ser um espelho fidedigno do que o nosso país tem…no pior.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Mais uma lição!

Esta manhã o Francisco, com os olhos rasos de lágrimas, despediu-se de mim e disse: "Não vou chorar porque a chorar o tempo demora mais a passar".
Grande verdade, Quico! E que maneira esperta de gerir o melhor que o tempo terá para te dar ao longo da vida!!

Eu e as regras...

Não escrevo ao abrigo do novo acordo ortográfico: um espectador nunca será um "espetador"

Não sinto em consonância com o novo acordo semântico: para mim "gosto" e "amigo" não são um click no Facebook.

Não falo segundo as regras do novo acordo fonético: "bolo-rei" não se diz "bolo-rAi" nem "quem" se pronuncia "quaim".

quinta-feira, 31 de março de 2011

Tempus Fugit...

"O ambiente promete entreter a classe política nos próximos 18 dias" podia ser uma notícia de hoje. Será que em 17 anos ficou tudo na mesma menos eu e os meus cabelos brancos? :)





Sócrates e Passos Coelho

Estamos a caminho de eleições e a dúvida instala-se? Serão Dupond et Dupont? Dr Jekyll and Mr Hyde? Siegfried and Roy? Bonnie and Clyde? A mesma personalidade replicada ou duas personalidades complementares e unidas pelo modus operandi...?

Falta um dia :)

Amanhã é um dia especial para muita gente :) Imagino a agitação que vai por esse país fora: o que vestir, o que dizer, a quem telefonar? Afinal se existe um Dia das Mentiras há pessoas que se sentem homenageadas, não é? :) Parabéns!

quarta-feira, 30 de março de 2011

O poder redentor da desilusão

Carmen Miranda cantava nos anos 30 do século passado que “jóia que se perde no Mar, só se encontra no fundo”. A letra não tem sido muito glosada mas o suficiente para que pela mão e pela voz de Marisa Monte tivesse chegado aos meus ouvidos em 1998. Ouvi, registei e soube que tinha tropeçado numa das (duras) verdades da vida. Dura porque revela que quando perdemos alguma coisa muito importante só a encontramos de novo se soubermos mergulhar tão longe quanto o Mar nos obrigar. Ou isso ou ficar a olhar para o Mar como se ele alguma vez nos devolvesse o que nos levou.


Por diversas vezes na minha vida dei por mim a olhar o Mar sem saber se mergulhava ou se lhe virava as costas. Sem saber momentaneamente, porque a minha natureza não me permite NUNCA virar as costas ao que me faz mover, ao que me faz vibrar, ao que me faz VIVER. Como tal, eu sou o mergulhador de serviço da minha vida. O que enche o peito de ar, se atira à água e procura chegar ao fundo para resgatar a jóia. Nunca morri a tentar e nunca morrerei a tentar mas também nunca morrerei sem tentar.

Na realidade o mergulho profundo que se segue foca-me. À medida que o ar vai escasseando nos meus pulmões o valor da jóia que repousa no fundo aumenta porque é por ela que eu me estou a sacrificar, que eu estou a levar ao limite o esforço das minhas capacidades. Ganho nova e mais aguda percepção de mim, ganho mais fôlego por cada vez que mergulho. Acontece chegar ao fundo e descobrir que a jóia se perdeu sob a areia ou que ficou presa em destroços do passado que no fundo jazem. E nessa altura resta o caminho de regresso à superfície. Doloroso mas menos penoso porque a caminho do ar de que me privei. De que me privei em prol da minha natureza de ir até ao fundo, de lutar, de nunca baixar os braços.

Quando termino o mergulho inspiro como se fosse a primeira vez. E esse ar que me entra nos pulmões dá-me fôlego para continuar. Para continuar a olhar o Mar e a mergulhar por cada jóia que lá perder. É esse o poder redentor da desilusão! Por cada uma fico com mais capacidade para enfrentar a seguinte e também com mais pulmões para encher com o ar doce e ameno que me preencherá quando, um dia, deixar de perder no Mar tudo o que me faça brilhar o olhar.

Dá que pensar...

Esta manhã o Francisco acordou com um dúvida à qual não consegui responder mas que introduziu um conceito interessante nos meus pensamenots: "quem é o pior amigo do Mickey?".
"Pior amigo"...dá que pensar. E existe :)

terça-feira, 29 de março de 2011

Banda sonora para o amanhecer de Verão

Algo me diz que acabo de tropeçar no som que vai acompanhar o início dos meus dias do próximo Verão...assim o Verão se apresse :)

Os meus melhores Amigos

Os meus melhores amigos não me dão muitas respostas mas fazem-me muitas perguntas. Não me estão sempre a dar coisas mas aceitam e valorizam todas as coisas que eu lhes dou. Não atribuem grande significado aos valores materiais mas sabem quanto vale uma pedrinha, um abraço, uma estrela do Mar ou um sorriso. Voam comigo até ilhas desertas onde ainda existem piratas e regressam a tempo de dormir em casa.  Não precisam de me perceber para confiarem em mim. Sabem que há beijos que curam e olhares que tudo dizem. Os meus melhores amigos estão sempre comigo e sentem que a minha presença os protege. Nunca cobram mas antes oferecem mais.
Os meus melhores amigos não me tratam pelo nome. Geralmente chamam-me pai. E eu acho que nunca vou ter amigos como estes e duvido que alguém os tenha tão bons.

Será que a Primavera começa hoje?

Está um amanhecer glorioso mas ainda se nota um chato ar húmido da manhã...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Parabéns Arquitecto Souto Moura :)

Numa época de "burras que sou", "gerações à rasca", governos rascas e oposições do mesmo calibre, pancadaria em eleições de clubes e outras boas notícias do género, saboreio com maior intensidade a notícia de um português que vê (merecidamente) o seu talento e o seu trabalho serem reconhecidos.

Feliz 2012 :)

Se não fosse por saber que ainda falta o Verão estava capaz de querer um Ano Novo

quarta-feira, 23 de março de 2011

É bom ter memória


Ontem estava a ver o Coronel Khadaffi "em directo" a falar aos líbios e lembrei-me muito destas palavras de Ronald Reagan. Porque gostei muito da sua presidência, porque as palavras eram apropriadas e, acima de tudo, porque há 25 anos que se sabia o que esperar do homem e do regime. É complicado ter razão na altura certa mas essa é apenas uma das qualidades de um estadista. Este coro de gente ofendida que hoje quer a deposição do Coronel mas que durante 25 anos fez negócios, fechou os olhos, frequentou tribunas presidenciais em Tripoli, permitiu que se montassem tendas nos seus países e amnistiou Lockerbie com indemnizações não tem moralidade nem dimensão.


terça-feira, 22 de março de 2011

Artur Agostinho

Há duas semanas falei com Artur Agostinho com a mesma sensação de sempre: a do miúdo que se atreve numa redacção e vai perguntar qualquer coisa ao seu colega mais sénior. Com a delicadeza de trato com que sempre distinguiu todas as pessoas, explicou-me que tinha acabado nesse dia de curar uma gripe e que aguardaria mais duas ou três semanas para termos uma nova conversa. Pelo meio, a cortesia com que sempre me corrigia quando o chamava Senhor Artur Agostinho e me instava a tratá-lo pelo nome porque "somos colegas". 
Era o maior de todos os que fazem da minha ocupação profissional modo de vida. Era o último.
Um dia vou poder dizer aos meus filhos: "eu ainda sou do tempo dos Príncipes"!

Surpresas que a noite reserva para o dia que aí vem...

Se o ruído do farol que ouço há horas servir de prenúncio de alguma coisa vem aí uma séria manhã de nevoeiro e com ela o adiar de uma Primavera que o calendário anunciava e a Natureza até cumpria :(

segunda-feira, 21 de março de 2011

Eu...

O pinheiro que vive trajando o verde da esperança mas destinado a nunca florir. Garantia perpétua de solidez e de abrigo para quem o busca e cheio de silêncios no seu romance eterno com o Sol. Tu tocas-me, eu nunca te alcanço. Mas estendo os meus ramos para estar mais perto de ti. Não me engalano nas Primaveras nem me entristeço nos Invernos na minha secreta coerência que a chuva desvenda porque a retenho em lugares invisíveis que uns chamam raízes e outros coração. Destinado a não florir mas nunca resignado. Sina dos que morrem de pé...

É bom lembrar! :)

Durante anos tive uma impressão deste "quadradinho" por cima do meu lugar de trabalho na TVI :)


Há lá segunda melhor maneira de começar a Primavera? :)

quinta-feira, 17 de março de 2011

As long as I live :)

"Each in its own way was...unforgettable. It would be difficult to .......... Rome; by all means, Rome. I will cherish my visit here, in memory, as long as I live."




quarta-feira, 16 de março de 2011

Vamos lá mas é a meter alegria nisto!!


Open your Heart :))


Mal sabia eu que há 30 anos (!!) andava a ouvir a banda sonora do meu presente...Sublinhados aparentemente feitos por encomenda :))




 
And when it hurts you know they love to tell you
How they warned you

They say "Don't be surprised at someone's lies"
They think they taunt you
But if you can stand the test
You know your worst is better than their best
And so you stand here with the years ahead
Potentially calling
With open heart or with a spirit dead
You walk on
Lies the reason
Faith or treason
Playing a part
End concealing
Try revealing
Open your heart
Dare to feel
Take the chance
Make the deal
Being an island
Shying from trying
Seems the easy way
Such an easy way
But there's no future without tears

But if you can stand the test
You know your worst is better than their best
Lies the reason
Faith or treason
Playing a part
End concealing
Try revealing
Open your heart

Lendo (relendo?) ...

  • What the dog saw
  • The Tipping Point
  • Made in America, Bill Bryson

Ouvindo...

  • The Smiths..."Reel Around the Fountain"
  • Mozart... "alla turca"