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sábado, 25 de junho de 2011
Brisas e vendavais
Na minha vida foi sempre mais o que uma brisa me acrescentou do que aquilo que um vendaval levou.
Vem esta minha conclusão a propósito de andar a cantarolar este Dance Hall Days há uns quantos anos. Eis o tipo de canção que não passa de uma brisa que se cruzou no nosso caminho mas que, ao ser lembrada, nos volta a transporta àquela vez em que a sentimos (neste caso em que a ouvimos) ou àquela outra ou ainda a uma outra de que já nem nos lembrávamos. Porque nos trouxe alguma coisa e, neste caso, foi sempre boa disposição. É certo que custa configurar a hipótese de já se ter admirado a obra de uns tipos com o ar que estes transportam mas isso coloca-se na conta-corrente do capítulo "era da época".
Mas a minha dita conclusão vem ainda a propósito de um acontecimento recente na minha vida. Nos últimos dois dias, em circunstâncias diferentes, em locais diferentes e proferidas por duas pessoas completamente diferentes ouvi uma frase. Tem qualquer coisa de "frase feita" mas se era eu desconhecia-a. "Naqueles tempos éramos tão felizes e não sabíamos". Em 24 horas ouvi esta frase duas vezes e, como sou de prestar atenção a sinais, prestei-lhe atenção.
E sinto que esta frase, que foi sinceramente proferida, pode ser a expressão genuína do que ia na Alma das duas pessoas que a usaram. E provavelmente de muito mais pessoas. E até que quem a ouça a adopte porque se identifique com uma certa nostalgia.
Mas, em bom rigor, ela é na verdade usada como factor desculpabilizante para não sermos felizes agora. Porque é mais fácil contemplar do que agir. E porque deve ser reconfortante pensar que um dia olharemos para o momento presente a partir do futuro e repitamos a frase. É uma espécie de adiamento "sine die" da gratificação que MERECEMOS neste exacto momento: aquele em que vivemos e o ÚNICO em que podemos AGIR.
Tudo o mais será recordar e, consequentemente sorrir ou lastimar...
Por isso sigo sorrindo e sabendo que a próxima brisa me acrescentará aquilo que os vendavais continuam a retirar a quem nunca a saboreou. E que reviver é sempre melhor do que recordar :-)
sábado, 18 de junho de 2011
"Pequenas" diferenças...
Para quem acha que as "pequenas diferenças" não contam: o que distingue acordar às 6h30m ou às 8h30m todos os dias é "apenas" um mês ao fim de um ano. Vale ou não vale a pena pensar nisso?
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Análise política "pela rama"
Vai-se a ver e este é o segundo Primeiro-Ministro consecutivo que vem da JSD...essa é que é essa :-)
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Feriados e pontes: uma oportunidade!
Ando há dias a remoer uma notícia que vi na TVI, na segunda-feira. Deu-se a jornalista ao trabalho de fazer as contas e chegou à conclusão de que cada feriado faz com que o país perca 37 milhões de Euros. O país fica parado, a economia fica ainda mais parada do que o costume e o custo são 37 milhões de Euros...
Pelo tom, a jornalista parecia entre o alarmada e o indignada. Pois onde a jornalista viu alarme e indignação eu vejo oportunidade!!
Um feriado custa 37 milhões de Euros, certo?
Nós somos, mais coisa menos coisa, 10 milhões (e misturo os que trabalham com os que não trabalham), certo?
Isto significa que por cada feriado, cada um de nós faz com que o país perca 3,7 Euros.
E aqui surge a oportunidade!!!
Eu só preciso de saber com quem falar para ressarcir o país do prejuízo que estou disposto a assumir e passo a fazer uma ponte por semana, desejavelmente à segunda-feira! E para que não digam que estou a ser "chico-esperto" até pago 7,4 Euros: pago por dois e descanso por um!!
Pode ser?
Ou será que alguém andou a fazer mal as contas...?
Pelo tom, a jornalista parecia entre o alarmada e o indignada. Pois onde a jornalista viu alarme e indignação eu vejo oportunidade!!
Um feriado custa 37 milhões de Euros, certo?
Nós somos, mais coisa menos coisa, 10 milhões (e misturo os que trabalham com os que não trabalham), certo?
Isto significa que por cada feriado, cada um de nós faz com que o país perca 3,7 Euros.
E aqui surge a oportunidade!!!
Eu só preciso de saber com quem falar para ressarcir o país do prejuízo que estou disposto a assumir e passo a fazer uma ponte por semana, desejavelmente à segunda-feira! E para que não digam que estou a ser "chico-esperto" até pago 7,4 Euros: pago por dois e descanso por um!!
Pode ser?
Ou será que alguém andou a fazer mal as contas...?
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Os imbecis
Ontem, em conversa com um pai de uma aluna do 9º ano, foi-me relatado que o exame de Físico-Química do 9º ano (repito para que não fiquem dúvidas) continha a seguinte pergunta:
"Actualmente, considera-se que os planetas que fazem parte do sistema solar são Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. Em 2006 Plutão deixou de ser classificado como um planeta embora continue a fazer parte do sistema solar.
1. Actualmente considera-se que o sistema solar é constituído por quantos planetas?"
Fui verificar e descobri que essa era uma das perguntas mais complicadas de um teste em que ainda se pedia aos alunos para dividirem 1 por 0,2 (podem utilizar calculadora) e para confirmarem se uma placa de 400 W tem duas vezes a potência de uma placa de 200W...
Quem são os verdadeiros cretinos deste episódio? Os autores da prova ou os alunos a quem é pedido que se sintam avaliados com tais perguntas?
Após o 25 de Abril (e não entro em cogitações sobre saudosismo) entrou-se de cabeça no tumulto de perseguir o mérito e a excelência como se fossem uma espécie de sinais exteriores de elitismo. A igualdade levada ao extremo significava nivelar por baixo e eliminar as diferenças provocadas pela inteligência, pela capacidade, pelo talento, pelo trabalho árduo. Como se o mundo fosse um enorme armazém de mediocridade com prateleiras vazias e prontas a receber novas remessas de idiotas formatados pelos ditames da nova pedagogia. E Portugal cá estava para municiar o dito armazém.
Ao contrário do que ligeiramente se pode ter a tentação de concluir o resultado NÃO está à vista. A nossa profunda crise que começou nos valores antes de alastrar aos valores materiais ainda não emergiu. Vivemos a primeira vaga da crise: para já ainda estamos a sentir os efeitos superficiais do desinvestimento nos valores.
Ao contrário da sismologia estamos na réplica e o terramoto ainda não se fez sentir. Deixemos que estes miúdos de hoje concretizem a sua vocação sociológica de serem os adultos de amanhã e colheremos os frutos amargos
do "facilitismo".
Como alguém disse "quem se queixa dos custos da educação devia experimentar o preço da ignorância"...a nossa conta vem a caminho!
"Actualmente, considera-se que os planetas que fazem parte do sistema solar são Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno. Em 2006 Plutão deixou de ser classificado como um planeta embora continue a fazer parte do sistema solar.
1. Actualmente considera-se que o sistema solar é constituído por quantos planetas?"
Fui verificar e descobri que essa era uma das perguntas mais complicadas de um teste em que ainda se pedia aos alunos para dividirem 1 por 0,2 (podem utilizar calculadora) e para confirmarem se uma placa de 400 W tem duas vezes a potência de uma placa de 200W...
Quem são os verdadeiros cretinos deste episódio? Os autores da prova ou os alunos a quem é pedido que se sintam avaliados com tais perguntas?
Após o 25 de Abril (e não entro em cogitações sobre saudosismo) entrou-se de cabeça no tumulto de perseguir o mérito e a excelência como se fossem uma espécie de sinais exteriores de elitismo. A igualdade levada ao extremo significava nivelar por baixo e eliminar as diferenças provocadas pela inteligência, pela capacidade, pelo talento, pelo trabalho árduo. Como se o mundo fosse um enorme armazém de mediocridade com prateleiras vazias e prontas a receber novas remessas de idiotas formatados pelos ditames da nova pedagogia. E Portugal cá estava para municiar o dito armazém.
Ao contrário do que ligeiramente se pode ter a tentação de concluir o resultado NÃO está à vista. A nossa profunda crise que começou nos valores antes de alastrar aos valores materiais ainda não emergiu. Vivemos a primeira vaga da crise: para já ainda estamos a sentir os efeitos superficiais do desinvestimento nos valores.
Ao contrário da sismologia estamos na réplica e o terramoto ainda não se fez sentir. Deixemos que estes miúdos de hoje concretizem a sua vocação sociológica de serem os adultos de amanhã e colheremos os frutos amargos
do "facilitismo".
Como alguém disse "quem se queixa dos custos da educação devia experimentar o preço da ignorância"...a nossa conta vem a caminho!
sábado, 11 de junho de 2011
Walking on sunshine :-)
Não deve ser fácil alguém me apanhar aos saltos à conta de uma música interpretada por alguém que ganhou um Festival Eurovisão da Canção...
Mas também não deve ser fácil que alguma vez mais alguma banda inglesa consiga produzir uma música que fala de sunshine e que tem sunshine dentro dela.
(também não deve ser fácil que se produza um videoclip tão manhoso como este de novo)
De uma forma ou de outra, estou em modo Katrina & The Waves (e a uns míseros 10 graus de Radar Kadafi) "and don´t it feel good"??
sexta-feira, 10 de junho de 2011
The story of Mr. Cavaco and Dr. Silva
O Presidente da República, Cavaco Silva, realçou no seu discurso de 10 de Junho a importância do interior do país e a necessidade de se promover a agricultura, o problema do despovoamento, da interioridade e do abandono dos campos.
Grande homem!
Ele devia era ter convidado para estar na primeira fila para o ouvir fazer este discurso aquele Primeiro-Ministro que defendia que se deviam retirar pessoas da agricultura porque nos países que nos serviam de modelo (e dos quais éramos o bom aluno) a percentagem de população no sector era menor.
Devia ter gritado o seu discurso a esse Primeiro-Ministro em cujos mandatos se atribuiam subsídios para arrancar pomares e vinhas. E também subsídios para plantar e arrancar um par de anos depois.
E um dia destes o nosso Presidente da República devia voltar ao tema do Mar e convidar para o ouvir falar desse nosso inevitável desígnio marítimo o tal Primeiro-Ministro que desmantelou a nossa frota pequeira...
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Memorando de Entendimento
Vão-se conhecendo os contornos do "Memorando de Entendimento" entre a troika e Portugal. Creio que seria a altura de alguém fazer chegar à troika um guia para que percebessem onde se meteram. Uma espécie de:
"Memorando a ver se nos entendemos"
1- Caso não tenham percebido como é que as coisas se processam por aqui deviam ter prestado atenção ao facto de que andavam vocês a passar a pente fino a papelada e nós estávamos a juntar a Quinta e a Sexta-Feira Santa ao fim de semana para 4 dias de descanso.
2-Se mesmo assim estavam distraídos deviam ter tirado alguma conclusão do facto de que saímos há uma semana de eleições e vamos ter mais 4 dias de descanso que vão ser gozados no Algarve (a dar como boas as notícias de hoje que falavam da melhor taxa de ocupação oriunda da procura interna nos últimos 5 anos).
3-Como não são bons a perceber indícios vamos ser claros: aqui trabalha-se por inevitabilidade.
4- Entramos às 9h e saímos às 17h mas com "nuances":
4.1- Entrar ao serviço não significa começar logo a trabalhar à maluca
4.2- Pausa para almoço significa isso mesmo: pausa. O almoço é instrumental
4.3- Sair do trabalho e enfrentar trânsito implica um chill-out que começa a meio da tarde
5-Estamos muito à frente na "percepção do tempo": os nossos relógios deixaram de ter minutos e a unidade-base com que medimos tempo é a meia-hora. Por isso não se admirem se uma coisa estiver combinada para as "nove...nove e meia".
6-Decorre do número 5 que quando nos atrasamos é sempre à razão da meia-hora porque os minutos são minudências que há muito deixaram de nos atrapalhar.
7-Um dia de trabalho tem rituais conforme o dia da semana e esses, enquanto expressão de uma autêntica religiosidade são para nós sagrados. Assim:
7.1- À 2a-feira não se pode deixar de discutir o futebol do fim de semana
7.2- À 3a-feira encerramos a discussão de futebol porque no serão de 2a-feira vemos sempre 3 programas distintos de análise da jornada que mostram com novas imagens que "aquilo foi mesmo penalty".
7.3- À 4a-feira temos uma certa angústia por "relativa falta de assunto" por isso temos uma quebra
7.4- À 5a-feira é dia de encerrarmos a planificação do fim de semana algo que fazemos em plenário
7.5- À 6a-feira uma antevisão da jornada de futebol e perdemos enfoque no trabalho com a aproximação vertiginosa do fim de semana
8- Quando não há futebol temos o clima por isso não nos falta assunto
9- O calendário gregoriano é para nós uma autêntica surpresa, acreditem ou não! Qualquer esforço de combinar coisas connosco pode sair prejudicado pelo facto de que, inesperadamente, "se mete o Natal", "se metem as férias de Verão" ou "se metem os feriados".
10-Mesmo que assim não fosse o calendário não é como vocês o entendem!
Em Janeiro estamos a recuperar das festas de Natal.
Em Fevereiro temos o Carnaval que dá sempre jeito porque, teimosamente, calha há anos a uma terça-
Em Março temos a Páscoa.
Em Abril temos, muitas vezes a Páscoa (indissociável da semana Santa).
Maio é um mês atípico porque paramos no dia 1 como a generalidade dos países e...mais nada.
Junho é mês de Santos Populares e porta de entrada para uma espécie de triângulo das Bermudas porque em Julho, Agosto e um bocado de Setembro as pessoas desaparecem. Quer dizer, não desaparecem todas mas o problema é o quórum!
Outubro é o mês da República e tirando isso estamos cá para trabalhar.
Até porque Novembro é outro mês de trabalho se excluirmos o dia 1.
Por isso é natural que cheguemos exaustos a Dezembro e que com feriados a 1,8 e 25 deveríamos tratar este mês carinhosamente como o nosso Agostinho: um pequeno Agosto.
Entenderam, portanto, que trabalho mesmo a sério (tanto quanto) é em Outubro e Novembro, certo? Ah! A propósito: historicamente é nesses meses que marcamos mais greves. É uma questão de nostalgia.
Posto isto: obrigado pelo dinheiro e agora vamos fazer os possíveis, sim?"
"Memorando a ver se nos entendemos"
1- Caso não tenham percebido como é que as coisas se processam por aqui deviam ter prestado atenção ao facto de que andavam vocês a passar a pente fino a papelada e nós estávamos a juntar a Quinta e a Sexta-Feira Santa ao fim de semana para 4 dias de descanso.
2-Se mesmo assim estavam distraídos deviam ter tirado alguma conclusão do facto de que saímos há uma semana de eleições e vamos ter mais 4 dias de descanso que vão ser gozados no Algarve (a dar como boas as notícias de hoje que falavam da melhor taxa de ocupação oriunda da procura interna nos últimos 5 anos).
3-Como não são bons a perceber indícios vamos ser claros: aqui trabalha-se por inevitabilidade.
4- Entramos às 9h e saímos às 17h mas com "nuances":
4.1- Entrar ao serviço não significa começar logo a trabalhar à maluca
4.2- Pausa para almoço significa isso mesmo: pausa. O almoço é instrumental
4.3- Sair do trabalho e enfrentar trânsito implica um chill-out que começa a meio da tarde
5-Estamos muito à frente na "percepção do tempo": os nossos relógios deixaram de ter minutos e a unidade-base com que medimos tempo é a meia-hora. Por isso não se admirem se uma coisa estiver combinada para as "nove...nove e meia".
6-Decorre do número 5 que quando nos atrasamos é sempre à razão da meia-hora porque os minutos são minudências que há muito deixaram de nos atrapalhar.
7-Um dia de trabalho tem rituais conforme o dia da semana e esses, enquanto expressão de uma autêntica religiosidade são para nós sagrados. Assim:
7.1- À 2a-feira não se pode deixar de discutir o futebol do fim de semana
7.2- À 3a-feira encerramos a discussão de futebol porque no serão de 2a-feira vemos sempre 3 programas distintos de análise da jornada que mostram com novas imagens que "aquilo foi mesmo penalty".
7.3- À 4a-feira temos uma certa angústia por "relativa falta de assunto" por isso temos uma quebra
7.4- À 5a-feira é dia de encerrarmos a planificação do fim de semana algo que fazemos em plenário
7.5- À 6a-feira uma antevisão da jornada de futebol e perdemos enfoque no trabalho com a aproximação vertiginosa do fim de semana
8- Quando não há futebol temos o clima por isso não nos falta assunto
9- O calendário gregoriano é para nós uma autêntica surpresa, acreditem ou não! Qualquer esforço de combinar coisas connosco pode sair prejudicado pelo facto de que, inesperadamente, "se mete o Natal", "se metem as férias de Verão" ou "se metem os feriados".
10-Mesmo que assim não fosse o calendário não é como vocês o entendem!
Em Janeiro estamos a recuperar das festas de Natal.
Em Fevereiro temos o Carnaval que dá sempre jeito porque, teimosamente, calha há anos a uma terça-
Em Março temos a Páscoa.
Em Abril temos, muitas vezes a Páscoa (indissociável da semana Santa).
Maio é um mês atípico porque paramos no dia 1 como a generalidade dos países e...mais nada.
Junho é mês de Santos Populares e porta de entrada para uma espécie de triângulo das Bermudas porque em Julho, Agosto e um bocado de Setembro as pessoas desaparecem. Quer dizer, não desaparecem todas mas o problema é o quórum!
Outubro é o mês da República e tirando isso estamos cá para trabalhar.
Até porque Novembro é outro mês de trabalho se excluirmos o dia 1.
Por isso é natural que cheguemos exaustos a Dezembro e que com feriados a 1,8 e 25 deveríamos tratar este mês carinhosamente como o nosso Agostinho: um pequeno Agosto.
Entenderam, portanto, que trabalho mesmo a sério (tanto quanto) é em Outubro e Novembro, certo? Ah! A propósito: historicamente é nesses meses que marcamos mais greves. É uma questão de nostalgia.
Posto isto: obrigado pelo dinheiro e agora vamos fazer os possíveis, sim?"
O homem mais solitário do Mundo
Vou-me alongar...
Este vídeo, esta história, este testemunho deviam ser mostrados enquanto ferramenta de instrução de crianças e adultos. Somos muito mais do que as circunstâncias porque somos a forma como as moldamos e fazemos delas as NOSSAS circunstâncias, o nosso caminho, a nossa VIDA.
Este miúdo não conheceu nada na sua vida que o fizesse ter confiança no futuro senão ele próprio e a sua determinação. E apresenta-se com esta pose que mistura humildade, timidez e muita, muita dignidade.
Mas talvez o que mais me impressione seja a falta de emoções que deixa transparecer na fisionomia durante todos os oito minutos do vídeo. As mesmas emoções que lhe foram roubadas ao longo da vida e das quais desconfiará, certamente, estão na voz. Esta voz tem rugas e tem lágrimas, tem impressão digital, tem a temperatura quente que dentro do peito dele o terá feito suportar as noites de dez anos ao frio.
É tudo isto que ele canta.
A questão nem se coloca no talento do miúdo nem na forma inexplicável(?) como esse talento se alojou em tão improvável(?) pessoa mas na viagem a que nos leva a sua história e a sua voz quando ele escolhe como mensagem:
"Nella fantasia io vedo un mondo giusto,
(imagino um mundo justo)
Lì tutti vivono in pace e in onestà.
(em que todos vivem em paz e honestidade)
Io sogno d'anime che sono sempre libere,
(sonho com Almas sempre livres)
Come le nuvole che volano,
(como as nuvens que voam)
Pien' d'umanità in fondo all'anima.
(cheias de Humanidade nas profundezas da Alma)
Nella fantasia io vedo un mondo chiaro,
(imagino um Mundo de Luz)
Lì anche la notte è meno oscura.
(aí até a noite é menos escura)
Io sogno d'anime che sono sempre libere,
Come le nuvole che volano.
Nella fantasia esiste un vento caldo,
(imagino uma brisa quente)
Che soffia sulle città, come amico.
(que sopra na cidade amigavelmente)
Io sogno d'anime che sono sempre libere,
Come le nuvole che volano,
Pien' d'umanità in fondo all'anima."
Hoje os meus filhos vão ver este vídeo e conhecer esta história. O miúdo coreano merece que a sua vida seja mais conhecida, mais inspiradora e mais vezes mostrada como testemunho de que tudo é possível quando acreditamos em nós por muito improváveis que sejam as circunstâncias.
E este é um dos tempos da história do Mundo em que mais falta nos fazem estes exemplos...para que o homem mais solitário do Mundo tenha cada vez mais companhia!!!
segunda-feira, 6 de junho de 2011
O pesadelo
Se os pesadelos foram em castelhano, o homem passou a noite a ouvir uma voz que lhe dizia: "fui con los cerdos!!".
Mas como o seu castelhano sempre foi manhoso ele não percebeu.
Se os sonhos maus foram em inglês, a dita voz repetiu incessantemente" I went with the pigs!!".
Mas os seus toscos conhecimentos de inglês técnico não o fizeram entender.
Como é sabido que em português ele nunca tinha um pesadelo que fosse, o homem terá ignorado as vozes que o tentavam atormentar com a realidade. Até a realidade era um conceito novo para ele. E hoje deve ter-se recusado a despertar. Mas inevitavelmente vai acordar!E vai ter que viver com o estigma animal: vencido pelo Coelho, corrido do Rato, foi com os porcos...
Mas como o seu castelhano sempre foi manhoso ele não percebeu.
Se os sonhos maus foram em inglês, a dita voz repetiu incessantemente" I went with the pigs!!".
Mas os seus toscos conhecimentos de inglês técnico não o fizeram entender.
Como é sabido que em português ele nunca tinha um pesadelo que fosse, o homem terá ignorado as vozes que o tentavam atormentar com a realidade. Até a realidade era um conceito novo para ele. E hoje deve ter-se recusado a despertar. Mas inevitavelmente vai acordar!E vai ter que viver com o estigma animal: vencido pelo Coelho, corrido do Rato, foi com os porcos...
sábado, 4 de junho de 2011
Fim de semana perfeito
Hoje um solzinho bom para a reflexão e amanhã um grande dia para desporto: vamos todos correr com o Sócrates!
Lies...
Nada como uma dose de drama, espectro de morte ou ameaça de longo Calvário para (re)formatar publicamente tudo o que é dito em privado pelos fracos de espírito, estultos, cínicos, falsos moralistas e outras folhinhas que se agitam freneticamente nas árvores enquanto a seiva corre no tronco.
Vem isto a propósito de tudo o que já vi publicado no Facebook e até em alguma imprensa sobre a desafortunada tarde que a "actriz" Sónia Brazão teve ontem. Tomara a rapariga ter em dia de saúde metade dos amigos e um terço dos elogios que lhe fazem publicamente quando está no hospital. Se calhar não teria dado entrevistas desesperadas como a que recentemente foi publicada. Mas nessa altura os "amigos" que agora tanto se condoem publicamente deviam estar ocupados a dizer o que sempre se lhes ouviu dizer dela...
Vem isto a propósito de tudo o que já vi publicado no Facebook e até em alguma imprensa sobre a desafortunada tarde que a "actriz" Sónia Brazão teve ontem. Tomara a rapariga ter em dia de saúde metade dos amigos e um terço dos elogios que lhe fazem publicamente quando está no hospital. Se calhar não teria dado entrevistas desesperadas como a que recentemente foi publicada. Mas nessa altura os "amigos" que agora tanto se condoem publicamente deviam estar ocupados a dizer o que sempre se lhes ouviu dizer dela...
"(...) so I don't understand
why promises are snapped in two
and words are made to bend"...
sexta-feira, 3 de junho de 2011
So Lonely!!!!!!!!!!!!!!! :-)
Tenho dificuldade em entender o que seja isso da solidão mas adoro esta música e tudo o que ela evoca de memórias: era suposto estar a estudar para terminar os exames de 4º ano da Faculdade e não estar a beber copos no Yuppie! em Cascais e a ouvir o "So lonely"...mas ia, ouvia, divertia-me a sério e ainda fiz as cadeiras todas sem deixar nenhuma para Setembro. Eram, de facto, outros tempos: a noite era mais sã, a Marginal era mais perigosa (é certo), os Verões eram mais vividos, Sócrates era apenas o nome de um filósofo e a sonhada futura moeda europeia era para se chamar ECU.
Passaram muitos Verões mas a música permanece tal e qual as gravuras rupestres que falam de outro tempo.
Olho para trás como quem dá vida à gravura e sorrio: I wasn´t lonely then, I´m not lonely now and I will never be: memories will always be by my side!! .-))))))))))
quinta-feira, 2 de junho de 2011
O dilema de dia 5 de Junho
No dia 5 prefere eleger um Primeiro-Ministro:
A- que mora em Massamá e tem pinta de suburbano
B- que é da Covilhã e tem um ar serrano
C - none of the above
É preferível que o próximo Primeiro-Ministro:
A- use fatos Armani mas mantenha um ar boçal
B- use gravatas emprestadas mas permaneça com um look pacóvio
C- none of the above
É mais suportável ter um Primeiro-Ministro:
A- que de certeza que ganhou dinheiro no Freeport
B- que de certeza que gastou dinheiro no Freepoort
C- none of the above
Portugal tem mais chances de encontrar um rumo com um Primeiro-Ministro que:
A- é tratado por "amigo" por Zapatero
B- é tratado por "Bóbi" por Merkel
C- none of the above
A- que mora em Massamá e tem pinta de suburbano
B- que é da Covilhã e tem um ar serrano
C - none of the above
É preferível que o próximo Primeiro-Ministro:
A- use fatos Armani mas mantenha um ar boçal
B- use gravatas emprestadas mas permaneça com um look pacóvio
C- none of the above
É mais suportável ter um Primeiro-Ministro:
A- que de certeza que ganhou dinheiro no Freeport
B- que de certeza que gastou dinheiro no Freepoort
C- none of the above
Portugal tem mais chances de encontrar um rumo com um Primeiro-Ministro que:
A- é tratado por "amigo" por Zapatero
B- é tratado por "Bóbi" por Merkel
C- none of the above
"There’s one thing, Yes one thing that turns this grey sky to blue"
1981 foi há 30 anos mas The Look of Love ouve-se com o encanto de quem ouve a primeira vez. O que me surpreenderá ainda nesta música?
Possivelmente tê-la ouvido vezes sem conta e continuar a desconhecer the look of love...o que não é um queixume nem um lamento mas a saborosa vertigem de um work in progress.
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Lendo (relendo?) ...
- What the dog saw
- The Tipping Point
- Made in America, Bill Bryson
Ouvindo...
- The Smiths..."Reel Around the Fountain"
- Mozart... "alla turca"